Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia – Conter

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Para nos contar sobre a função, atuação e responsabilidades do CONTER – Conselho Nacional dos Técnicos em Radiologia, convidamos a TR. Vanderleia da Silva que é Conselheira Suplente desta importante autarquia federal. É dela também as considerações sobre o cenário atual da profissão e as novidades para 2018.

 1)      Como e quando foi o surgimento do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia?

Vanderleia: (mantenha o nome dela no lugar da palavra resposta) O CONTER foi oficialmente instalado em 4 de junho de 1987, mas eu estaria sendo injusta se considerasse apenas essa data, isoladamente. O dia é importante, pois foi um marco, mas antes disso, houve uma linda e rica história de homens e mulheres que dedicaram a vida para o desenvolvimento da categoria.

O início do nosso reconhecimento como categoria começa em meados no início dos anos 50 – a primeira lei que garante direitos especiais aos operadores de raio X é a 1.234, de 14 de novembro de 1950.

Em 1951, o Hospital das Clínicas de São Paulo criou o curso técnico Raphael de Barros, o primeiro a formar técnicos em Radiologia no Brasil. Formados os primeiros profissionais, o desejo de ter esse reconhecimento legal uniu a jovem categoria que batalhou pela regulamentação da profissão que só veio a acontecer em 1985, por meio da Lei 7.394, que oficialmente regulamenta a profissão e cria o Sistema CONTER/CRTRs.

2)      Como é a atuação do CONTER em relação aos conselhos regionais? Qual é a relação entre eles e como se ajudam para defender os profissionais da área?

Vanderleia: O CONTER é o órgão máximo, de abrangência nacional, porém, os Conselhos Regionais são os nossos representantes nas mais diversas regiões do país. O trabalho do Conselho Regional é vital para o Sistema. É deles a responsabilidade de fiscalizar e de atender os profissionais. Por trás deste trabalho de linha de frente, está a atuação do Conselho Nacional. Essa relação, evidentemente, deve ser muito próxima e coerente. Existe um trabalho muito complexo do CONTER que é de planejamento que deve ser nacional para tentarmos padronizar ao máximo nossas ações.

3)      Desde a criação do Conselho, quais foram os principais avanços a favor da categoria?

Vanderleia: Os avanços foram incomensuráveis. Além da regulamentação legal, existe um processo de aceitação social que influi no reconhecimento da sociedade em relação ao nosso trabalho. Hoje em dia, nós somos uma categoria estabelecida e respeitada. Estamos presentes nas mais diversas esferas da sociedade civil. Temos cadeira no Conselho Nacional de Saúde – CNS, somos integrantes de instituições representantes das profissões regulamentadas, temos voz em discussões nacionais sobre saúde e, do Sistema, saem orientações que repercutem no país inteiro.

4)      Como os profissionais fazem para se inscrever junto ao órgão? E quantos já fazem parte do conselho?

Vanderleia: A inscrição junto ao Conselho Regional de Técnicos em Radiologia – CRTR é requisito fundamental para atuação dos profissionais da Radiologia. Só está habilitado ao exercício profissional os técnicos, tecnólogos e auxiliares em Radiologia inscritos no Conselho. Para realizar a inscrição, é preciso estar devidamente formado em instituições reconhecidas pelo sistema educacional.

5)      Em quais áreas esses profissionais podem atuar? Como é a jornada de trabalho?

Vanderleia: Nossos profissionais podem atuar nas 5 subáreas da Radiologia definidas pela Lei 7.394/85. As subáreas são Radiodiagnóstico, Radioterapia, Radioisotopia, Radiologia Industrial e medicina nuclear. O curso de técnico em Radiologia Médica forma profissionais aptos a trabalhar no Radiodiagnóstico que, entre outros setores, compreende Radiologia convencional, odontológica, veterinária, Ressonância Magnética, Tomografia, entre outras. Para trabalhar nas demais 4 subáreas, eles fazem especialização. Já o tecnólogo possui formação plena e pode atuar em todas as subáreas da Radiologia.

6)      Sobre a Comissão para Assuntos Educacionais e Formação Profissional do CONTER, como ela funciona e qual é a visão sobre a educação e a formação dos profissionais da área?

Vanderleia: Uma categoria profissional necessita reconhecer a educação como um dos pilares para o progresso e para a sua autossustentação. A Coordenação Nacional de Educação – CONAE trabalha com o objetivo de construir pilares sólidos para alcançarmos o desenvolvimento. Aos poucos, estamos conseguindo nosso espaço em meio às mais importantes instituições acadêmicas do país. O Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC, por exemplo, já oferece mestrado em Proteção Radiológica a tecnólogos em Radiologia.

Entre outros projetos de destaque, podemos citar a parceria que realizamos com grandes entidades, como a Fundação do Câncer, que, por meio do Programa Nacional de Formação em Radioterapia – PRONON está levando capacitação no setor radioterápico a profissionais de diversas regiões do país.

Também em Santa Catarina, os profissionais técnicos em Radiologia já têm a opção de se especializar em todas as subáreas da Radiologia que desejarem. Nossa pretensão é que todos os estados tenham instituições que ofereçam educação continuada para além do Radiodiagnóstico. Todas as especialidades da Radiologia são fundamentais para a sociedade e nossos profissionais tem gana de conhecimento.

7) Como o CONTER vê o Ensino Técnico e Profissionalizante? Qual é a importância desta modalidade de ensino?

Vanderleia: Cerca de 80% dos nossos profissionais são oriundos de cursos técnicos profissionalizantes. Este dado evidencia a importância dessa modalidade de ensino para a saúde pública brasileira, já que a Radiologia é uma área fundamental na medicina.

 8)      Como vocês vêm as novas tecnologias e como elas podem auxiliar no desenvolvimento da profissão?

Vanderleia: Nós somos uma profissão que é resultado do avanço tecnológico. Nem precisamos comentar que esse avanço revolucionou a medicina moderna no que diz respeito ao diagnóstico a ao tratamento de doenças como o câncer. Nossa profissão cresce junto com a tecnologia e fazemos parte dele. Todas as inovações que surgem para o bem-estar das pessoas é bem-vinda.

 9)      Quais as principais ações que o Conselho vem desenvolvendo? E os principais desafios para 2018?

Vanderleia: Nossa atribuição precípua, que é a fiscalização, é a nossa principal ação e também a mais desafiadora. Somos um país com dimensões de continente e realizar uma fiscalização efetiva é um grande desafio. Apenas no primeiro semestre de 2017, foram 950 cidades fiscalizadas, 3.390 estabelecimentos visitados e 18.379 profissionais atendidos.

Além disso, estamos em via de aprovar o novo marco regulatório da profissão, o Projeto de Lei 3661, que irá atualizar a nossa legislação e estabelecer maiores garantias de que apenas profissionais devidamente capacitados atuam na realização de exames Radiológicos, garantindo a segurança da população.

Este ano também colocaremos em prática uma reivindicação antiga da categoria que é a modernização da identidade profissional. A antiga cédula de papel vai dar lugar a um cartão magnético moderno, seguro e durável. Quem já é profissional habilitado não vai pagar nada pela troca do documento. O novo modelo foi escolhido pelos profissionais, por meio de votação realizada nos meios de comunicação do CONTER.

 10)   Para o CONTER, como está o segmento no país? Quais são as perspectivas para este ano?

Vanderleia: A Radiologia vive um momento de alto desenvolvimento tecnológico e de franca especialização técnica. Segmentos como a radioterapia, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada se tornaram indispensáveis ao diagnóstico e tratamentos de saúde. Na área da segurança e no setor industrial também não é diferente, o emprego da radiação ionizante cada vez mais se mostra uma técnica apropriada para resolver problemas. É um mercado altamente competitivo. Portanto, os profissionais que não param no curso técnico e logo buscam aprofundar seus conhecimentos se tornam mais competitivos no mercado de trabalho. Neste ano, os Conselhos vão implantar a nova identidade da Radiologia. Vamos substituir a identidade de papel por um cartão magnético com chip. A partir das novas tecnologias que o cartão magnético vai permitir implantar, vamos modernizar o controle jurisdicional da profissão e aumentar a segurança das pessoas. Esse ano marca o início de um novo tempo para a categoria.

Últimas considerações:

Uma sugestão aos nobres colegas profissionais das Técnicas Radiológicas que desejam expandir seus horizontes agregando conhecimento. Acontecerá na cidade de Florianópolis, o 16° Encontro de Tecnologia Radiológica, ASSTROSPAR ,14° Intercâmbio Internacional e 1° Encontro Sul-Sudeste dos Profissionais das Técnicas Radiológicas. O evento irá reunir grandes nomes da Radiologia mundial e de lá esperamos muitas contribuições para futuro da categoria. O encontro acontece nos dias 15, 16 e 17 novembro 2018.

 

Fonte: Vanderleia da Silva – Conselheira Suplente do Conselho Regional de Técnicos em Radiologia – CONTER

Artigo redigido para a Revista Educação Profissional e disponível nas páginas 24 e 25 da Edição nº 5.